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Lixão de roupas descartadas no Atacama recebe desfile de moda

Hoje, 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, data que chama a atenção para a importância da tomada de medidas que visem proteger a vida no planeta Terra. Nesse sentido, há muito a ser feito e um quadro que exemplifica bem esse problema está no deserto do Atacama, no Chile, onde há um lixão de roupas usadas, fruto do descarte na indústria da moda. O local foi cenário de um inusitado desfile de moda para chamar a atenção sobre o gravíssimo problema ambiental existente naquela região, fruto do descarte na indústria do vestuário.

DESFILE

Chamado ironicamente de “Atacama Fashion Week”, o desfile foi promovido pela ONG que trabalha com a reciclagem de têxteis, Desierto Vestido, e apresentou peças com cores terrosas, para representar a poluição do solo; camadas de roupas desconstruídas, em alusão à estratificação da atmosfera; além de representações das geleiras em derretimento, incêndios florestais e a degradação da natureza, entre outros problemas ambientais. Confira algumas imagens na galeria abaixo:

“O verdadeiro custo de uma roupa vai muito além do preço. A maior parte das roupas descartadas no Deserto do Atacama é feita de poliéster, um tecido à base de plástico que leva até 200 anos para se decompor”, relatou a ONG, no site dedicado à ação.

LIXÃO DE ROUPAS

Localizado na região de Alto Hospício, norte do Chile, o lixão que já foi abordado em uma outra publicação aqui no site, ocupa uma área tão grande que pode até ser visto do espaço, de acordo com imagens divulgadas em 2023 pela empresa de satélites SkyFi.

Estima-se que cerca de 39 mil toneladas de roupas sejam despejadas ilegalmente no deserto do Atacama todos os anos. Essa ação desenfreada chegou a um ponto em que, do espaço sideral, é possível ver a pilha de lixo têxtil acumulado.

“O tamanho da pilha e a poluição que ela está causando ao meio ambiente já são visíveis do espaço, deixando claro que há uma necessidade de mudança na indústria da moda”, alertou a empresa.

Soluções para esse problema são vários e um deles seria a queima das roupas acumuladas, ação contestada pela Desierto Vestido. “Quando essas vestimentas são incineradas no deserto, elas liberam fumaças tóxicas, causando danos ao solo, à camada de ozônio e à saúde da população local”, explicou a ONG, em comunicado.

Fotos: Maurício Nahas / Desierto Vestido / Divulgação

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